A agência Bloomberg deu a seus leitores um verdadeiro "pesadelo antes do Natal". Ascendeu a Classificação de ameaça global de 2019... Não é o tema mais do Ano Novo, francamente, mas, como dizem, quem está avisado está armado.
8. Guerras comerciais
O primeiro desafio para a economia global em 2019 é a guerra comercial EUA-China, que desacelerou as taxas de crescimento e desempenho macroeconômico da China e da Zona do Euro. Mesmo a economia dos EUA, que superou todas as expectativas neste ano, deve sofrer no futuro. Em entrevista ao Wall Street Journal, Maurice Obstfeld, economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), previu que o crescimento econômico dos EUA desaceleraria em 2019, já que o enfraquecimento do desempenho econômico na Ásia e na Europa ameaçava impactar negativamente a economia dos EUA.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou recentemente sua previsão de crescimento econômico global em 2019, denunciando a amarga guerra comercial EUA-China como "o principal culpado". Em seu último relatório de perspectivas econômicas, a OCDE disse que a economia global deverá crescer 3,5% em 2019, ante uma previsão de 3,7% publicada em setembro. Embora os EUA e a China tenham se "reconciliado" temporariamente nos últimos dias, a maioria dos analistas disse que seu confronto comercial continuaria no próximo ano.
7. Brexit
O processo de saída do Reino Unido da UE (Brexit) está atualmente "preso" no Parlamento britânico. Muitos membros do partido no poder, bem como representantes da oposição de Sua Majestade, protestaram contra o acordo Brexit que o governo do Reino Unido concluiu recentemente com a UE.
Se o parlamento britânico rejeitar este acordo, uma crise política pode começar no país. De acordo com as estimativas da Bloomberg, o cenário "difícil" mencionado anteriormente poderia levar a uma redução do PIB do Reino Unido em 7% até 2030, em comparação com quando ainda era membro da UE. Se tal cenário inesperado ocorrer, terá um impacto negativo na economia global no novo ano.
6. A crise na Itália
A classificação de 2019 dos principais perigos inclui uma contradição entre o governo italiano e a UE. Roma custa muito caro. Na sua revisão anual dos planos orçamentais dos países da zona euro, a Comissão Europeia afirmou que o orçamento da Itália "não está particularmente em linha" com as restrições impostas pela UE.
No entanto, o governo italiano tem desafiado as exigências orçamentárias da UE. O conflito deixou investidores e autoridades da UE inseguros e preocupados com a possibilidade de a Itália desencadear outra crise financeira na Europa no próximo ano.
5. Crise política nos EUA
Os 5 maiores riscos globais em 2019 são abertos pelo país da democracia vitoriosa e, em particular, pelos democratas que assumiram o controle da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos durante as recentes eleições legislativas. É bem possível que comecem a "colocar um raio nas rodas" de Donald Trump e sua equipe. Há uma opção de que esse confronto termine com o impeachment de Trump.
4. Eleições
2019 será um ano de eleições em algumas economias emergentes (notadamente Indonésia, Índia e Argentina). E isso ameaça afetar negativamente a economia mundial devido à crescente influência de políticos populistas. Isso já aconteceu no Brasil, onde Jair Bolsonaro, apelidado de Tropical Trump, chegou ao poder.
3. Óleo
Em 2019, a política do Oriente Médio receberá maior atenção, especialmente as relações dos Estados Unidos com o Irã e a Arábia Saudita, bem como as relações da OPEP e seus aliados.
As tensões políticas estão crescendo entre os membros do Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo em relação ao boicote ao Catar sob a liderança da Arábia Saudita. Isso poderia minar a disposição dos países da OPEP de trabalhar juntos para equilibrar o mercado de petróleo.
Se a estratégia que prevê a redução da produção de petróleo pelos membros da OPEP for revista, então cerca de 1,8 milhões de barris de "ouro negro" por dia retornarão ao mercado. Isso levará a uma queda nos preços (mas não para a gasolina na Rússia).
Embora isso também leve a um consumo de combustível um pouco mais alto, os preços ainda podem voltar aos níveis anteriores (cerca de US $ 40 por barril). O petróleo mais barato apoiará a atividade econômica em países que dependem fortemente de energia importada ou de indústrias intensivas em energia.
Mas os países que dependem fortemente das exportações de petróleo - principalmente os países do Golfo, bem como a Rússia, a África Ocidental e alguns países latino-americanos - serão gravemente afetados economicamente. Os países em desenvolvimento, incluindo Nigéria e Angola, enfrentarão sérios problemas de dívida e, possivelmente, instabilidade política e social.
2. Vias navegáveis no Leste Asiático
A Coreia do Norte e os Estados Unidos temporariamente pararam de descobrir qual deles é o mais legal em uma escala global. Isso deu à América a oportunidade de se concentrar no disputado Mar do Sul da China. Ela conduziu exercícios na região das Filipinas, envolvendo duas equipes de ataque naval e o envolvimento de cerca de 150 aeronaves baseadas em porta-aviões.
Essa demonstração de poder dos EUA não pode deixar de preocupar a China. É improvável que venha a um confronto militar aberto, entretanto, as relações já tensas entre o reduto da democracia mundial e o Império Celestial claramente não irão melhorar.
E as preocupações sobre como a China pretende usar suas capacidades cada vez maiores para apoiar reivindicações territoriais e marítimas podem levar outros países a um confronto político com ela, apesar do peso econômico do país.
1. Terrorismo
O maior risco para a humanidade em 2019, de acordo com especialistas do Bloobmerg, não é específico de cada país. É por isso que o terrorismo é terrível, porque ameaça pessoas em diferentes estados. De acordo com Robert Niblett, chefe do think tank britânico Chatham House, um ataque terrorista pode assumir qualquer forma, inclusive cibernética.
Um incidente de grande escala pode ter as consequências mais terríveis para a economia global, já que a reação do governo do país afetado será imprevisível.
No ano passado, de acordo com o Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo da Universidade de Maryland, 26.400 pessoas morreram em ataques terroristas em todo o mundo.